Na nossa
Biblioteca Escolar houve três alunos que
fizeram serviço de voluntariado e outros
que ajudaram os colegas nas disciplinas
onde tinham mais dificuldades. Ambos conseguiam manter o silêncio e fazer cumprir as regras
de acesso à Biblioteca, mesmo quando estavam
perante colegas mais velhos.
Enquanto o
Bruno, atrás da secretária, que se encontra à entrada da Biblioteca ia
registando as requisições / devoluções de livros e as inscrições de acesso aos
computadores, o João explicava aos colegas
como deviam usar os cacifos.
O aluno que exerceu serviço de voluntariado na Biblioteca Escolar durante mais tempo foi o João. Ele ajudava a D. Ana (assistente auxiliar da Biblioteca) em diversas tarefas, tais
como: colar as etiquetas de cotação nos livros e nos DVD’s, carimbar os livros e colocar os
da mesma coleção, por ordem.
Mas estes
alunos voluntários, por vezes, também ficavam à porta, perguntando a cada
colega o que vinha fazer, quanto tempo pensava demorar no computador, gerindo
assim o número de cacifos vazios e computadores disponíveis, prontos a serem
usados. Muitas vezes colocavam na porta o letreiro, “cheio”ou “esgotado”,
pedindo aos colegas para esperarem um pouco. No fundo estavam a gerir o espaço
com eficiência. Quando havia barulho ou os colegas estavam, no computador,
indevidamente, - nas redes sociais -, eram os primeiros a chamar a atenção
aos mesmos.
Numa escola
onde mais de 700 alunos a utilizarem a Biblioteca e com um registo à volta das três mil entradas, ao longo do
ano letivo, há momentos em que fica com a lotação esgotada.Muitas vezes eram os
próprios voluntários, com a supervisão da professora ou da D. Ana que procuravam
uma solução. Nem sempre era fácil, porque esgotando os cacifos, não podia
entrar mais ninguém. Os alunos pediam aos colegas para aguardar um pouco, pois
com o toque da próxima aula, surgiam espaços vazios. Várias foram as vezes em
que os alunos ficaram à porta esperando um lugar. Mas, era com orgulho, que o
Bruno e o João diziam que a biblioteca estava esgotada.
Uma das razões
para a elevada afluência, prende-se com a possibilidade dos alunos realizarem
as suas pesquisas nos computadores, os seus trabalhos em grupo, a pares, ou
individualmente. Porém o estudo a pares, em grupo ou individualmente também era
uma constante. Tínhamos alunos que vinham, diariamente, para estudar e colocar
aos colegas as suas dúvidas. A Íris era uma dessas alunas. Chegava sempre
acompanhada de uma colega. Sentava-se na mesa redonda, com os seus cadernos.
Aos poucos os seus colegas iam chegando e da Matemática à História, havia
sempre uma dúvida ou uma explicação que a Íris ia resolvendo. Mas o Raúl também
chegava e sentava-se a ler ou a estudar,
numa mesa grande. Quando olhávamos de novo, já tinham chegado mais colegas,
para estudarem ou tirarem as suas dúvidas.O silêncio absoluto era impossível
neste momento, havia sempre um burburinho dos alunos. Estes trocavam ideias,
tiravam dúvidas uns com os outros, partilhavam saberes. Por diversas vezes era
chamada para explicar ou clarificar uma ideia. Era preciso uma resposta, uma
solução, pesquisar nos livros ou no computador.... A Biblioteca estava a
cumprir a sua função: um local de aprendizagens onde os alunos colaboraram
entre si e com os professores. Ao invés a biblioteca em silêncio absoluto só
acontece quando está vazia!
Professores e
alunos podem sempre contar com a Biblioteca escolar. Hoje revela-se, face aos
desafios atuais e pelas condições de espaço e acolhimento, de equidade, no
acesso à informação e de múltiplas possibilidades de aprendizagem potenciadoras
de oportunidades à vastíssima informação
que contém em si mesma. Porém evidencia também uma resposta aos novos desafios
formativos e pedagógicos, que se avizinham.
Maria do
Rosário Machado Pinto
(Coordenadora
da Biblioteca Escolar)
Eu estarei presente para o ano!
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