26 junho 2019

Voluntariado na Biblioteca Escolar


Na nossa Biblioteca Escolar houve  três alunos que fizeram serviço de  voluntariado e outros que  ajudaram os colegas nas disciplinas onde  tinham  mais dificuldades. Ambos conseguiam  manter o silêncio e fazer cumprir as regras de acesso à Biblioteca, mesmo quando estavam  perante colegas mais velhos.
Enquanto o Bruno, atrás da secretária, que se encontra à entrada da Biblioteca ia registando as requisições / devoluções de livros e as inscrições de acesso aos computadores, o João explicava   aos  colegas  como deviam  usar os cacifos.
O  aluno que exerceu serviço de  voluntariado na Biblioteca  Escolar durante mais tempo foi o João.  Ele ajudava a D. Ana (assistente auxiliar da Biblioteca) em diversas tarefas, tais como: colar as etiquetas de cotação nos livros e nos DVD’s,  carimbar os livros e  colocar os  da mesma coleção, por ordem.
Mas estes alunos voluntários, por vezes, também ficavam à porta, perguntando a cada colega o que vinha fazer, quanto tempo pensava demorar no computador, gerindo assim o número de cacifos vazios e computadores disponíveis, prontos a serem usados. Muitas vezes colocavam na porta o letreiro, “cheio”ou “esgotado”, pedindo aos colegas para esperarem um pouco. No fundo estavam a gerir o espaço com eficiência. Quando havia barulho ou os colegas estavam, no computador, indevidamente, - nas redes sociais -, eram os primeiros a chamar a atenção aos  mesmos.
Numa escola onde mais de 700 alunos  a  utilizarem a Biblioteca e com um registo  à volta das três mil entradas, ao longo do ano letivo, há momentos em que fica com a lotação esgotada.Muitas vezes eram os próprios voluntários, com a supervisão da professora ou da D. Ana que procuravam uma solução. Nem sempre era fácil, porque esgotando os cacifos, não podia entrar mais ninguém. Os alunos pediam aos colegas para aguardar um pouco, pois com o toque da próxima aula, surgiam espaços vazios. Várias foram as vezes em que os alunos ficaram à porta esperando um lugar. Mas, era com orgulho, que o Bruno e o João diziam que a biblioteca estava esgotada.
Uma das razões para a elevada afluência, prende-se com a possibilidade dos alunos realizarem as suas pesquisas nos computadores, os seus trabalhos em grupo, a pares, ou individualmente. Porém o estudo a pares, em grupo ou individualmente também era uma constante. Tínhamos alunos que vinham, diariamente, para estudar e colocar aos colegas as suas dúvidas. A Íris era uma dessas alunas. Chegava sempre acompanhada de uma colega. Sentava-se na mesa redonda, com os seus cadernos. Aos poucos os seus colegas iam chegando e da Matemática à História, havia sempre uma dúvida ou uma explicação que a Íris ia resolvendo. Mas o Raúl também chegava  e sentava-se a ler ou a estudar, numa mesa grande. Quando olhávamos de novo, já tinham chegado mais colegas, para estudarem ou tirarem as suas dúvidas.O silêncio absoluto era impossível neste momento, havia sempre um burburinho dos alunos. Estes trocavam ideias, tiravam dúvidas uns com os outros, partilhavam saberes. Por diversas vezes era chamada para explicar ou clarificar uma ideia. Era preciso uma resposta, uma solução, pesquisar nos livros ou no computador.... A Biblioteca estava a cumprir a sua função: um local de aprendizagens onde os alunos colaboraram entre si e com os professores. Ao invés a biblioteca em silêncio absoluto só acontece quando está vazia!
Professores e alunos podem sempre contar com a Biblioteca escolar. Hoje revela-se, face aos desafios atuais e pelas condições de espaço e acolhimento, de equidade, no acesso à informação e de múltiplas possibilidades de aprendizagem potenciadoras de oportunidades à vastíssima  informação que contém em si mesma. Porém evidencia também uma resposta aos novos desafios formativos e pedagógicos, que se avizinham.

Maria do Rosário Machado Pinto
(Coordenadora da Biblioteca Escolar)

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